segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Resultado da Enquete: Álbum Preferido


A primeira enquete do blog acabou com uma verdadeira lavada: Ten, primeiro álbum do Pearl Jam, recebeu 43 votos (33%), seguido do Yield com 21 votos (16%) e o Vitalogy em terceiro, com 15 votos (11%). Abaixo o resultado completo e uma breve análise minha:

1 - TEN - 43 VOTOS - 33%
2 - YIELD - 21 VOTOS - 16%
3 - VITALOGY - 15 VOTOS (11%)
4 - NO CODE - 12 VOTOS (9%)
5 - ABACATE - 11 VOTOS (8%)
6 - VS. - 10 VOTOS (7%)
7 - BACKSPACER - 8 VOTOS (6%)
8 - BINAURAL - 6 VOTOS (4%)
9 - RIOT ACT - 1 VOTO (MENOS DE 1%)

         Confesso não ter ficado surpreso com o primeiro lugar; o Ten é de longe o trabalho mais conhecido do Pearl Jam e possui várias músicas conhecidas, como Even Flow, Alive, Jeremy e Black (sem contar Release e Porch). Considero o Ten o álbum que mais se aproxima do status de grunge que o grupo recebeu no início da carreira (coloco o termo sublinhado pois o Pearl Jam nunca foi grunge na minha opinião), no máximo ele lembra em certos momentos o gênero (músicas como Once e Deep lembram um pouco o estilo). 
         O que se destaca no Ten é a descoberta do Eddie de que o mundo é um lugar hostil e problemático; desde os conflitos familiares, sem dúvida o pivô de toda essa revolta (Once, Alive, Oceans - no sentido de reinício pós trauma, Porch e Release - a busca por respostas através do pai), até os problemas gerais: amorosos (Black e Garden), drogas (Deep e Why Go) e violência (Even Flow e Jeremy). O que é interessante aqui é a maneira com que o Eddie fala dos seus próprios problemas mesmo descrevendo outras pessoas: a opressão familiar na figura do Jeremy, que tira a própria vida na frente da classe (espaço que representa perfeitamente esse ambiente hostil), a questão das drogas e da possibilidade de escape em músicas como Deep e Why Go (novamente a opressão familiar) e a figura do mendigo em Even Flow, símbolo desse descaso da sociedade com os pessoas (o Eddie se identifica com essa indiferença). Enfim, paralelos são possíveis em quase todos os âmbitos; essa é a beleza do Ten, ele parece ser tão simples com as suas letras revoltadas e ainda imaturas (no sentido de que o Eddie ainda está descobrindo esse mundo de problemas que surgiu de repente diante dele), mas que carregam um lirismo e densidade singular entre os compositores (e que chega ao seu ápice com o Binaural, mais maduro e reflexivo).
        Com relação aos outros álbuns, gostei do Yield ter ficado em segundo. Ele é sem dúvida um dos trabalhos mais consistentes e poderosos que o Pearl Jam já fez; o meu álbum predileto juntamente com o Binaural (o meu voto nessa enquete). Vitalogy é incrível e merece estar em terceiro (prestem mais atenção nas letras e na presença vocal do Eddie, é fantástico!), o No Code poderia estar mais na frente tranquilamente e o Abacate foi uma surpresa, não achei que teria 8% dos votos (sem dúvida ele está no meu top 5, é excelente!). Com relação ao Vs. e o Backspacer, imaginei que estariam mais atrás mesmo, principalmente o BS (talvez por ser mais novo e precise amadurecer). O Binaural é o meu álbum preferido, mas dificilmente se sai bem em qualquer enquete (um dia escrevo mais sobre o porque dele ser o que eu mais gosto), e o Riot Act é um álbum excelente e um dos meus preferidos (descobri recentemente toda a sua beleza); para aqueles que não ouvem ele muito, recomendo com toda a certeza, ele é exatamente como deve ser, principalmente pelo contexto político e econômico que os EUA estavam na época.

Bom, é isso, espero que essa breve análise tenha contribuído de alguma forma! Abraço a todos!

4 comentários:

  1. Bela análise... votei no No Code... o experimentalismo de canções como Who You Are, In My Tree e Present Tense mesclam-se a urgência das guitarras em Hail, Hail, Lukin (um punk trabalhado nos moldes de canções dos Stooges) e Habit. Ainda temos Stone nos vocais em Mankind e a beleza surreal narrada em I'm Open. Ainda há espaço para climas intimistas em Sometimes (o set opener perfeito), Off He Goes (minha canção preferida!) e Around The Bend, além das blueseiras Red Mosquito e Smile (que deveria ser mais tocada nos 2os encores da banda).

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    1. Luka, ótima análise do No Code! Foi breve e exata! O No Code é uma obra prima, e você resumiu em poucas palavras a essência do álbum! Obrigado por acompanhar o blog e sempre que quiser comente por aqui! Abraço!

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  2. É muito complicado escolher o álbum preferido quando todos eles trazem ótima músicas. Eu votaria em 03 albuns, como os mais importantes para mim. O "Ten" porque é "all-concour" e por isso não votei nele: é o primeiro, é o que apresentou a banda para o mundo, entre as músicas, Black, a minha preferida, principalmente pelos solos do Mike. No Code é sem dúvida nenhuma é um dos melhores álbuns do PJ, destacando Presente Tense, Sometimes, Smile e Who you are. Apesar de ter demorado um pouco mais para compreendê-lo, hoje vejo que ele foi um novo marco na história da banda, foi o momento em que a banda saiu de todo aquele frenesi e deu uma acalmada. Sinto que a partir daí que todos amadureceram, ficaram mais seguros (não existiam mais tantos compromissos e obrigações, principalmente com a mídia) e passaram a experimentar mais. Como você disse, Yield é o trabalho mais consistente e por isso o meu voto foi para ele, o trabalho inteiro é bom e entre as excelentes músicas, destaco In Hidind, Wishlist e Faithfull como minhas prediletas deste disco.

    João: Acho o Binaulral um ótimo disco, ótimas músicas, ótimas composições. Com relação a este album tenho a sensação esquisita que ele foi foi feito antes do Yield, pois parece ser uma continuação daquele momento do No Code (impressão minha).

    Lukas: ótima colocação, bem profissional.

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    1. Oi Renato! Fiquei pensando nisso de o Binaural parecer anterior ao Yield... Realmente ele se encaixaria bem naquela época mais experimental do No Code (seria o Yield uma luz no meio de tudo isso?). Sobre o No Code, esse negócio de demorar para compreender é um ótimo sinal; também estranhei muito o Binaural o No Code e o Riot Act, mas com o tempo eles vão ganhando você (não sei se esse é o termo melhor). É claro que é possível apontar problemas, coisas que podem não se encaixar (o Backspacer está assim para mim, embora o considere um bom álbum). Enfim, quanto mais em aberto a música fica: com dúvidas, questionamentos e críticas, mais eu acho intrigante e, porque não, apaixonante!

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